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20 de junho de 2014

Coisas que o mestrado me ensina

Desde que entrei para o mestrado aprendi que não posso tomar nada por garantido. Eu dizia que não gostava de café e que dificilmente iria passar a gostar. Agora não tenho a certeza se o que me corre nas veias é sangue ou café. Eu sempre gostei do nascer do sol mas nunca o via porque, como podem calcular, eu estava a dormir. Já vi mais vezes o nascer do sol nos últimos meses do que no resto da minha vida. Eu achava que precisava de dormir 7 ou 8 horas por noite para conseguir estar fresca que nem uma alface durante o dia. Durmo, em média, 3 a 4 horas por noite, alternando com directas e consigo sobreviver. Pensava que os problemas de estômago eram hereditários da parte do pai e que tal mal não me iria causar muitos danos. Agora é rara a semana em que não me queixo com dores, mas já não tenho a certeza se são apenas hereditárias ou resultado da tese. Achava que a minha dificuldade em adormecer era grave e que não podia piorar. Recebi à coisa de duas horas (são neste momento 4:11 da manhã) um e-mail do meu orientador de tese e eu fiquei tão baralhada e estupefacta com o que estava a ler, que tive de recomeçar umas quantas vezes para me certificar que estava a perceber tudo bem. A uma semana e meia de entregar tudo (TUDO!!!), não há uma única coisa que esteja bem e completa. Nada. Nenhuma. Zero. Não sei se quero rir, chorar ou atirar-me da janela mais alta desta casa.
Coisas que o mestrado me ensina: nunca confies nas tuas capacidades, porque não vales metade do que achas que vales. Não te aventures por caminhos que são demasiado complexos para ti. Não durmas descansada enquanto não tiveres tudo acabado, porque há-de chegar o momento em que te vais sentir culpada pelas horas todas que dormiste.

1 comentário:

Green disse...

Tens de dormir, claro, não te aguentavas com tudo o que tinhas de fazer se não dormisses. Calma e verás que consegues fazer tudo a tempo. Boa sorte :)