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10 de abril de 2009

Desenhos com canela no arroz-doce

Hoje voltei a ser criança por uns momentos, a minha avó era a mesma avó de há 13 anos. Senti-me pequenina, parecia que não sabia nada do que se passava lá fora, tudo era supérfluo. "Tens de rodar os dedos... Deixa cair como se fosse neve" ela faz parecer tudo tão fácil! A forma como a canela que ela agarra entre os dedos sai e forma flores, nomes, sonhos! Como foi bom ouvir as palavras "já não vais mal" e ouvir risos. Era apenas isso que se fazia ouvir ali, e nada mais importava. Eu fazia espirais que não se pareciam com nada mas a 'vó vinha por trás e o seu toque fazia com que as espirais já se parecessem mesmo com espirais. Ou então os meus trevos que pareciam caídos do céu feito com muito esforço, ela refê-los e ainda acrescentou pormenores... Qualquer dia ainda hei-de conseguir fazer flores como as dela, mas sei que nunca vão ser as dela, porque as dela... são as dela! Não existe natal em que não haja arroz-doce que não esteja decorado com as flores dela, ou aniversário que não tenha o nome da pessoa. O dia de hoje pode ter sido monótono, igual a todos os outros, mas foi valeu o tempo que lhe dediquei.

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