Quantos andam por aqui?

28 de abril de 2009

Acho que se chama Daniela...

Nasci 8 dias depois do Natal e isso é uma coisa que me chateia desde pequena, é daquelas coisas que nasce comigo e há-de ficar comigo para sempre. Desde pequena que tenho uma relação íntima com os animais (especialmente com as codernizes) e também desde essa altura que tenho um carinho especial em lavar o lago do quintal (não tenho problema em lavá-lo com detergente da loiça... mesmo que esteja cheio de peixes lá dentro).
Com 1 ano e qualquer coisa fiz tanta força no berço que ele desmontou-se e os meus dentes (que já eram alguns) cairam-me todos... coisas da vida.
Dos 3 aos 5 anos: apertei tanto o meu hamster que ele mordeu-me o dedo (desde esse dia nunca mais tive roedores em casa), enfiei uma chave de fendas na tomada e não me aconteceu nada!, enfiei-me quase toda dentro do forno da cozinha, fiz uma tarte de limão (um bocadinho de farinha e água para a massa e muito limão em cima) no microondas e aquilo ia explodindo, aprendi a andar de bicicleta (a minha 'vó empurrava e eu ia toda feliz a fingir que sabia andar, até que um dia olhei para trás e estava mesmo a andar sozinha!), bati tanto no meu primo que a minha tia já não me podia ver, tive os meus primeiros lápis de cor Caran d'Ache, andei no psicólogo umas semanas para puder entrar na escola (na altura só se podia entrar no 1º ano com 6 anos, entrei com 5!), fiz trocas de fios com as minhas melhores-amigas da altura (gostava tanto daquele fio da Barbie... nunca mais o vi), entrei na escola. Aos 4 anos já sabia fazer contas e aos 5 ler. Tive uma festa de anos surpresa, na minha própria casa! Como eu tinha medo do sótão, a minha mãe aproveitou para fazer lá a festa. Quando lá cheguei era só balões e coisas bonitas, correu tudo muito bem até eu partir um copo de cristal da minha mãe. Mas!, como eu tenho uma família (en)graça(da) decidiram também partir os copos desse mesmo conjunto! Foi (apenas) mais de metade do conjunto para o lixo... Mas por uma boa causa!
Dos 5 aos 9 sofri imenso com a tabuada... Todos os dias, todas as tardes estudava a tabuada com a 'vó. Uma coisa terrível, um quadro pedro, muito giz, muita paciência e muitas lágrimas. Agradeço-te 'vó porque ainda hoje sei a tabuada (compensou!). Estes anos foram complicados: a professora não gostava muito de mim (acho que sou capaz de comparar com alguém dos dias de hoje...), não gostavam de mim porque eu desenhava e imaginava melhor que todos, não podia ser amiga desta porque essa não gostava daquela... Miúdos! Tirando a escola, não foram os meus melhores anos em casa, mas tive excelentes tardes com o meu avó, vi a minha mana crescer dentro da barriga da mamã (dava um beijinho na barriga da mãe todos os dias e dizia "até amanhã mana"), tive uma época em que só sabia ir a médicos porque tinha muitas dores de cabeça: puseram-me tocas de silicone na cabeça cheias de fios, entrei numa cabine e tinha de carregar num botãozinho cada vez que ouvisse o "piii", fiz exames a todos os sítios imagináveis e possíveis que pudessem causar dores de cabeça. Afinal era apenas falta de vista... Lembro-me que numa tarde quente no Alentejo ia a correr numa descida e quando reparei tinha as pernas todas cheias de picos (neste espaço de tempo caí de joelhos no chão... cheio de pasto seco).
A partir dos 10 até aos 15 anos tive alturas complicadas. Começei a gostar de arte (quando tinha E.V.T. era uma felicidade!), apercebi-me que a matemática não era o meu forte, começei a não gostar de certas raparigas, tive um Excelente e um Bom num teste de inglês mas a professora deu-me 3, enquanto andava de bicicleta no quintal caí de cabeça para cima de uma roseira (sim, fiquei com um pico na cabeça), era viciada no Buerere e no macaco Adriano, delirava com as Spice Girls. Mais perto dos 15 anos tive imensos problemas porque não era como as outras raparigas (o que hoje em dia é raro, são quase todas umas iguais às outras...), adorava conversar com o meu professor de fisico-química sobre livros, tive uma paranóia com os relógios da Swatch, coleccionava ténis da Reef, começei a gostar de Green Day, ouvi U2 pela 1ª vez (mas na altura não liguei nada...). Um dia chatei-me e queimei um livro cheio de desenhos que tinha feito durante quase 1 ano... não me perguntem porquê, porque não sei.
Dos 15 para agora todos sabem. Entrei nesta escola uma pessoa que já não me vejo nela. Descobri o Pollock e o Kandinsky, os U2, o riso, os espirros, a fotografia, o viajar, as desilusões, o diário gráfico. Apaixonei-me por papoilas, daí ter desenhado na parede do meu quarto no alentejo e na parede do sótão, fiz splash na garagem e as ferramentas ficaram bonitas ("Daniela não sujes nada", eu não sujei... decorei), cortei (imensamente) o cabelo, usei pela 1ª vez lentes de contacto, fiz um blog, uma conta no Olhares e no Flickr, fiz bolos de cores estranhas, fiz um exame de geometria e pensei que não ia aguentar, desloquei um dedo da mão e depois um do pé.

E assim sou eu!

3 comentários:

Anónimo disse...

adorei ler este bocadinho da tua vida!

Jojo disse...

eu diria q és mais q isso...

eu diria q já vi um titulo desses algures por aí

Ana disse...

Que poderei eu dizer frente a toda esta descriçao deste ser chamado Daniela?!Poois é quem diria que aquela menina com um super soriso e com aquele fato cor de rosa que em tempos matava codurnizes á facada( porque era mesmo assim, não pensem que ela ia lá com miminhos ou coisinhas!...xD),ajuadava os ricos seres aquaticos terem uma vida mais limpa apos a morte,sofeu toda essa evoluçao ham!xD
Hoje ela é fotografa,faz bastante uso do seu nome Graça e agora tem um penteado tod XPTO!A pois é!Isto é mt para um comum mortal!xD
Adorei ler a tua historia esla lindaa!