Quantos andam por aqui?

17 de abril de 2012

E lá vem tudo outra vez. O choro incontrolável. Os dias a pensar. As palavras não ditas. A raiva.

Tudo estava bem outra vez, algo que não acontecia à muito, muito tempo. Era bom voltar a colocar 4 pratos outra vez na mesa, em vez de 2. Era bom chegar a casa e ver os pais juntos. Era bom.

Era.

Hoje fui abandonada pela minha mãe. Pela segunda vez. Pela segunda vez ela deixou-me, deixou a casa, deixou tudo. Nenhuma palavra foi dita. Eu queria algo. Um "vou-me embora" ou "não quero estar aqui mais" ou qualquer coisa. Qualquer coisa bastava-me. Mas não. Silêncio. Eu gritei, eu chorei, eu disse que ela não sabia ser mãe, que não tinha o direito de voltar e ao fim de duas semanas abandonar-me outra vez. O que obtive? Um olhar, que nem dirigido a mim era, mas sim ao chão. É triste. Triste e revoltante. A minha mãe deixou-me. Preferiu alguém que deixou à duas semanas atrás. Preferiu o trabalho que não gostava, a um que até a satisfazia. Preferiu deixar a filha para trás. Não há palavras para descrever o que sinto neste preciso momento. É uma raiva enorme, escondida através de longos silêncios e alguns "deixa lá".

"No dia 19 de maio, pensa que estou a fazer alguma coisa pela minha vida. Coisa que nunca fizeste por mim, porque nem mãe sabes ser" e foi isto a última coisa que eu lhe disse.

Quando os pais são uma merda, os filhos é que sofrem.

3 comentários:

Jojo disse...

Oh querida...se precisares de um abraço sem perguntas, de um ombro amigo, de alguem que te agarre e te faça sentir melhor, sabes onde me encontrar :)

Green disse...

Um beijinho muito grande para ti e muita força!

Anónimo disse...

É horrível quando criamos expectativas e de repente tudo se desmorona.
Muita força! Beijinho.